Meditação do dia: 27/05/2020
“Agora, pois, indo eu a teu servo, meu pai, e o moço não indo conosco, como a sua alma está ligada com a alma dele, acontecerá que, vendo ele que o moço ali não está, morrerá; e teus servos farão descer as cãs de teu servo, nosso pai, com tristeza à sepultura.” (Gn 44.30-31)
Alma Ligada Com Alma – Naturalmente há ligações muito fortes entre pais e filhos. Laços de sangue, pela genética, uma ligação biológica natural. Há também laços afetivos, os chamados “laços de alma” que podem ser tanto bons, quanto ruins; saudáveis ou pecaminosos. Amizades fortes também produzem ligações de alma e alguns casos até superam laços biológicos. Desde Abraão, vinha sendo construído uma linhagem de ligações muito fortes, diria extremamente fortes, devido a quase todos terem sido gerados por promessas devido a dificuldades de geração de filhos, como foi o caso de Sara, depois Rebeca e depois Raquel e Lia. Todos esses casais baralharam muito em oração e se firmaram em promessas de Deus para virem a conceber e terem seus filhos. Diretamente ligado a isso, vinha o forte laço de amor dos pais por esses filhos e acrescente-se as promessas de Deus e as alianças celebradas entre esses pais e o Senhor Deus Altíssimo. Eram pactos com validade eterna, com compromissos de serem passados de geração em geração sob condições de bênçãos ou maldições. Todos os fatores levavam a grandes e fortes ligações entre esses pais e esses filhos. Apimentando esses relacionamentos, acrescentamos uma pitada de laços familiares afetivos, quando por exemplo Jacó fora apaixonado por Raquel e obrigado a cumprir uma tradição e se casar com Lia e ele teve que contornar a situação para seguir o seu coração e casar-se também com a amada de sua alma. Ela, lhe deu dois filhos e digamos, com extrema dificuldade e lutas; sendo assim não é nenhuma novidade ver Jacó/Israel ter uma queda preferencial por José e Benjamim. José por ser o primogênito de Raquel e Benjamim por circunstancias excepcionais, pois com o seu nascimento veio a morte de sua mãe. Então o pai ganhou um e perdeu outro no mesmo instante. Como não nos identificarmos com um pai numa situação dessas. Com o passar dos tempos a dor, a saudade e as lembranças marcantes ficaram apenas para Israel e José, um por ter perdido a mãe quando ainda era muito criança e o outro por ter perdido a esposa que era o encanto de sua vida, amor à primeira vista. O pequena Benjamim não conhecer a mãe e as lembranças certamente não pesavam tanto sobre ele porque a vida que conheceu, era essa que viveu, sob os cuidados do pai e o carinho do irmão. Pensando em laços familiares fortes, não podemos deixar de incluir aqui o que deve ter sido para José e Benjamim, quando do desaparecimento dele; podemos ligar as peças vendo o que seria quase uma obsessão do governador do Egito pelo irmão mais novo daqueles dez irmãos diante dele. Também vemos fragmentos emocionais fortes, pistas deixadas no banquete oferecido por José a eles: “E ele levantou os seus olhos, e viu a Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e disse: Este é vosso irmão mais novo de quem falastes? Depois ele disse: Deus te dê a sua graça, meu filho. E José apressou-se, porque as suas entranhas comoveram-se por causa do seu irmão, e procurou onde chorar; e entrou na câmara, e chorou ali. E apresentou-lhes as porções que estavam diante dele; porém a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que as porções deles todos. E eles beberam, e se regalaram com ele” (Gn 43.29,30,34). Há quarenta e cinco anos eu leio essa história e sempre mais de uma vez por ano e sempre foi difícil conter a vontade de chorar; as lágrimas as vezes eu consigo conter, mas as emoções não! Eu me envolvo emocionalmente e parece que é sempre a primeira vez que estou lendo. Judá confessou essa ligação entre seu pai e Benjamim e ele a admitia como legítima e que deveria ser respeitada; ele até se prontificava a sacrificar-se por esse irmão, até como uma medida de compensação pelo sofrimento e a quebra dos laços entre o Pai, José e Benjamim e ele vira que o pai nunca se recuperara. Com as devidas proporções, o que levou Judá a tamanha identificação e consciência da dor e sofrimento do pai, foi porque ele perdera dois filhos e isso arrasa qualquer pai. Judá sabia que a dor da perda do pai não se comparava com a dele, e a do pai fora provocada especialmente por ele e era algo que poderia no mínimo ser afagada com a verdade, que eles nunca estiveram dispostos a admitir. O tempo levou aqueles irmãos a perceberem que o mal que eles produziram atingira também a eles igualmente como ao pai e a Benjamim. A nossa lição de hoje é sobre o valor e a importância da verdade! A verdade liberta e previne novos males.
Senhor Deus e Pai, queremos aprender com o Senhor sobre o valor da verdade. Ela sempre prevalecerá sobre o engano e a mentira. Deus é a verdade! Jesus é a verdade que liberta! O Espírito Santo é o Espírito da verdade. Queremos permanecer expostos a tua verdade, para andarmos em liberdade e verdadeira justiça. Pedimos ajuda e cremos que a receberemos para que o Senhor seja honrado e glorificado em tudo o que fizermos. Oramos em nome de Jesus, amém.
Pr Jason