Tingiram a Túnica

Meditação do dia: 19/07/2020

 “Então tomaram a túnica de José, e mataram um cabrito, e tingiram a túnica no sangue.” (Gn 37.31)

Tingiram a Túnica – Para se encobrir um erro as vezes se tem mais trabalho do que se fizesse o certo da primeira vez. Para encobrir uma mentira é preciso várias outras mentiras, dissimulações e atitudes de engano para cobrir um espaço que só com uma pequena verdade tudo ficaria perfeitamente bem. Desde muito cedo na minha jornada de leitor das Sagradas Escrituras, havia um texto que me chamava a atenção, e provavelmente ele se encaixa nesse tema que agora estamos estudando. Se trata de uma profecia messiânica de Isaías: “Quem é este, que vem de Edom, de Bozra, com vestes tintas; este que é glorioso em sua vestidura, que marcha com a sua grande força? Eu, que falo em justiça, poderoso para salvar. Por que está vermelha a tua vestidura, e as tuas roupas como as daquele que pisa no lagar? Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura” (Is 1-3). Não tinha dificuldade de entender a conexão com a obra da Redenção e o papel do Redentor, que é Jesus; me deixava curioso alguém com as vestes tingidas  de vermelho,  parecido com os pisadores de uvas nos lagares, que por mais cuidadosos que fossem não tinham como evitar se sujar com o suco produzido no seu trabalho e suas vestes ficavam manchadas. Na minha imaginação a túnica colorida de José, era vermelha e branca, mas parece que os rapazes preferiram alterar o tom para totalmente vermelho. Uma morte anunciada que nunca aconteceu, porque José na verdade fora vendido como escravo para a caravana de mercadores; um sangue derramado que de fato não era o de José, por um cabrito foi morto e seu sangue foi ardilosamente jogado na peça de roupa para que simular uma morte por ataque de feras. Um ataque que por sinal nunca aconteceu porque  as verdadeiras feras eram bem mais irracionais do que as que eles estavam culpando. Um desaparecimento oportunista que eles provocaram mas teriam que fingir que não sabiam, de nada e ficavam especulando como poderia ter acontecido, levando o pai a ficar cada vez mais distante das possibilidades reais. Um luto que nunca teve corpo presente e muito em sepultamento por que resto mortal algum fora encontrado, e nem tinha como ser, pois a morte não passara por aquelas bandas. Um choro e uma tristeza entre os irmãos que inconformados com a sorte do irmão mais novo que ficara em casa com o pai e o pequeno Benjamim, mas que na tentativa ser útil e ajudar o pai se perdera e perdera a vida e  todos “lamentavam muito.” O que temos aqui, são oportunidades de ver o quão enganoso é o coração humano e capaz de utilizar todos os dons e criatividades com que foram dotados para o bem e o progresso humano, sendo feitos de armas da maldade e destruição. Não estamos lidando com pagãos ignorantes, ou tribos distantes de contados com o mundo civilizado; mas de pessoas de bem, linhagens de homens santos de Deus e bem instruídos no culto e devoção a Criador de todas as coisas. Eles tinham conhecimento das alianças e da importância de suas vidas para  com  um propósito eterno e que faria deles abençoadores de todas as famílias da terra. Ainda assim, eram humanos, tinham paixões e emoções tão possíveis de desequilíbrio como as nossas nos dias atuais. A melhor salvaguarda contra o erro e o pecado é a atitude de conhecer a verdade e não se apartar dela. Qualquer distancia permitida da verdade, nos coloca em risco de errar grande no final. A túnica de José agora estava manchada, não por ele, mas pelos que desejam o seu mal e fazer todos acreditarem que ele fora apanhado e sofrido por andar pelo campo com uma veste tão chamativa, que facilitara o ataque de predadores. Eles, que já tinham suas vestes sujam pelo ódio, inveja, intolerância e dissimulação, queriam agora nivelar José com eles. A vida e os sonhos de José os incomodavam, mas agora a ausência e o modo da ausência produziria marcas, que o tempo não apagariam. Não é porque o pai não sabia a verdade, que a verdade não existia. Não é porque outros não sabem o que porventura fizemos ou arquitetamos, que a verdade não seja uma realidade oculta, mas que o tempo e os propósitos divinos se encarregarão de tratar no devido tempo.

Pai, obrigado, por ser a verdade que liberta, transforma e abençoa nossas vidas. Jesus fez uma obra bem feita e viveu entre homens maus e mesmo assim fez o certo e experimentou a bênção da tua aprovação. Agora somos nós que estamos militando nessa vida e com o compromisso de sermos sal e luz num mundo insosso e de trevas que odeiam a luz e os bons exemplos, mas é nesse campo que seremos úteis e poderemos ser agentes de transformação. Essa é nossa hora, a nossa vez e o nosso tempo de ser testemunhas da verdade. Em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

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