Meditação do dia: 19/01/2021
“E Rúben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu: Não pequeis contra o menino; mas não ouvistes; e vedes aqui, o seu sangue também é requerido.” (Gn 42.22)
Eu Não Avisei? – Esse tipo de advertência, em forma de pergunta retórica é um fenômeno assustador para a população masculina, principalmente os casados, quando isso é dito por suas esposas, que os previnem de alguma atividade ou decisão e eles confiam mais na sua lógica e capacidade administrativa racional, do que no famoso “sexto sentido” delas. Quando tudo dá errado e ele volta para casa com aquela cara de quem comeu e não gostou, tudo que eles esperam agora é que elas NÃO DIGAM: “não te avisei?” Nem vou pedir para atirar a primeira pedra quem nunca passou por isso, quero evitar apedrejamento, ainda que virtual! No nosso texto de meditação para hoje, vemos um outro resultado da pressão que José provocou nos irmãos. Depois de três dias, falando somente eles com eles mesmos e sem poderem se afastar ou fugir do confronto, as revelações começaram a aparecer. Alguém disse que se lembrava da angústia de José implorando por ajuda e ninguém, nem o próprio declarante fez qualquer coisa para socorrer o garoto. Rubem, que não concordara com nada do que acontecera, mas se viu refém dos irmãos após ficar sabendo do destino dado ao irmão, podemos compreender a dor solitária que lhe sobreveio, porque ele pretendia devolver ao pai e evitar um desfecho mais violento da parte dos irmãos, que o enganaram também. Ele sabia que José não teve oportunidade de saber que ele não concordara com aquilo; mas agora era fato consumado e para complicar ele teve que participar do embrólio contado ao pai e ajudado a sustentar isso por todos esses anos. Poderia ser até uma boa notícia ver os irmãos se arrependendo do que fizeram, mas de que adiantaria isso agora, quando não tinha mais como corrigir? Também podemos ver que eles não só tinham como certa a morte de José, como assumiam que estava sendo requerido deles o sangue do irmão. Isso foi um tema que acompanhou os ensinamentos bíblicos do Velho Testamento e chegou aos tempos do Novo também, afinal, era a fé hebraica em andamento. Jesus mesmo fez citação nesse sentido: “Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar.” (Mt 23.35). Conforme o arranjo dos livros da Torah (Bíblia Hebraica), que começa com Gênesis e termina com Crônicas, diferentemente do arranjo das Escrituras Cristãs que iniciam com Gênesis e fecha com Malaquias – a declaração de Jesus significava o conteúdo todo em termos escrituristicos, as pessoas e a nação responderia diante de Deus pelo derramamento de sangue inocente. Insisto sempre que devemos fazer o certo porque é certo. Não porque é mais fácil, mais econômico ou exige menos da nossa parte. Nunca nos envolvermos em situações de injustiça e maldade, pois ainda seja tido como brincadeira, ou uma pegadinha, isso pode sair do controle e terminar em violência injustificada e não tem como voltar atrás. Sejamos sóbrios e vigilantes.
Senhor, nos apresentamos diante de ti com o nosso coração desejoso de justiça e retidão procedentes da verdade. Mesmo os erros da mocidade, podem deixar marcas tão profundas e doloridas que não se apagarão com o tempo. Pedimos sabedoria e capacidade de discernir o certo e o que é construtivo para ser praticado e experimentado em ambientes familiares e de convivência social na comunidade de fé. Oramos agradecidos em nome de Jesus, amém.
Pr Jason