Meditação do dia: 26/02/2022
“E disse-lhe mais o Senhor: Põe agora a tua mão no teu seio. E, tirando-a, eis que a sua mão estava leprosa, branca como a neve.” (Êx 4.6)
A Lepra de Cada Um – Esta experiencia de Moisés é foi um marco na sua vida e deve ser para cada um de nós, servos do Senhor, que também estamos em busca de intimidade com ele e de consagração ao seu serviço. Mas como já sabemos, ou espera-se que saibamos, antes de Deus trabalhar através de nós, ele trabalha em nós. Um Deus santo em todas as suas ações, trabalha para produzir em seus representantes essa mesma qualidade. “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.15,16). Estamos falando de cada um termos a nossa própria experiencia de autoconhecimento na presença de Deus. Moisés “sabia tudo” sobre si mesmo, era o que ele possivelmente pensava, mas quando Deus lhe ordenou colocar e tirar a mão no seu seio, ele conheceu uma realidade até então inexistente e impossível de existir. Será? Será que tudo que sei sobre mim é realmente tudo que existe? Tudo que é possível saber? Agora sei que não sei nada mesmo. Lepra nas Escrituras é apresentada como sendo uma metáfora para o pecado que infectando o ser humano, o alija de tudo o que até então lhe era precioso e desejável. A pessoal ficava definitivamente excluída da sociedade, banida do convívio e teria que se exilar da convivência com os demais e se abrigar em alguma colônia de outros já infectados. A condição de vida se tornaria miserável, porque a pessoa não poderia praticar contatos sociais, trabalhar, e viver com a dignidade de antes. Agora deveria valer-se da solidariedade e bondade de seus familiares ou mesmo de estranhos para o suprimento de suas carências. Tudo o que ele fora ou tivera antes é deixado para trás definitivamente. Isso não era nada agradável e muito menos desejável. Saber disso, era como uma sentença de agonia permanente. Quando o homem pecador se torna verdadeiramente consciente de sua condição diante de Deus, ele realmente se sente desamparado e desiludido de tudo o que até então lhe dava prazer e segurança. O pavor da condenação eterna, da justa justiça divina e especialmente sobre a verdadeira condição espiritual, a pessoa quer a salvação o quanto antes possível. Tal figura também pode ser visto na condição de santidade para a comunhão com Deus. Vendo a beleza da comunhão, a veracidade da pureza de Deus e da autenticidade do seu caráter e ao mesmo tempo enfiar a mão no próprio seio e vê-la sair contaminada de lepra, é desesperador. O que torna a experiencia válida, é a aproximação de Deus, sem isso, a pessoa não vê e não percebe a real situação em que encontra. Lembramos da experiencia do jovem profeta Isaías: “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos” (Is 6.1-5). É vendo o Senhor, que nos vemos de verdade!
Senhor, obrigado por permitir aos teus servos terem uma visão de ti e através dela, ver-nos a nós mesmos em nossa verdadeira condição. Também obrigado pela misericórdia demonstrada a nós em Cristo Jesus, o que não permite que sejamos consumidos em nossa condição. Obrigado pela graça, pela misericórdia e pela justiça divina, vinda até nós de fé em fé pelo sacrifício de Jesus lá na cruz. Em nome dele, agradecemos, amém.
Pr Jason