Tá Amarrado!

Meditação do dia 11/12/2018

 “E chegaram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha.”  (Gn 22.9)

 Tá Amarrado! – Dessa vez, a expressão é literal, Isaque foi amarrado literalmente e colocado sobre a lenha colocado em ordem sobre o altar. A revelação de Abraão para o filho, de que ele seria a vítima do holocausto deve ter sido deveras apavorante e a cabeça do rapaz deve ter girado a mais de mil. Isso contraria tudo quanto lhe fora ensinado pelo próprio pai e pela relação de confiança já estabelecida ao longo desses anos de vida, Isaque sabia que seu pai não era em hipótese alguma, um fanático religioso com pretensas revelações de Deus e com cultos macabros e sanguinários no currículo. A conversa foi tensa, com certeza, mas a sabedoria do velho patriarca foi acalmando o coração do filho e o predispondo a se submeter ao pai e a Deus. Isaque já era grande o bastante para resistir, escapar e fugir daquela situação e se entendesse provavelmente já tinha competência para imobilizar o pai e cessar qualquer tentativa de violência ou o pai ser acometido de violência, quer por legítima defesa, quer por desespero e pânico da parte do filho. Nada disso aconteceu! No futuro, vemos essa mesma cena, só agora, não mais em figura, mas a profecia se cumprindo e as verdades nas entrelinhas aparecendo nitidamente, nos evangelhos Jesus cumpriu seu destino de Cordeiro levado ao sacrifício. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo. E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.37-39). Veja que o cenário é o mesmo: Ele chegou até ali sob a direção do Pai e acompanhado de vários moços que lhe faziam companhia e deixou-os e seguiu para um patamar mais íntimo apenas com os dois mais próximos e ainda assim, afastou-se deles a uma certa distancia; dali em diante era apenas ele e o Pai e o confronto de vontades com a oportunidade de abandonar tudo se livrar, mas ele escolher se submeter ao Pai e ir até o fim para que a verdade se estabelecesse e a redenção se consumasse. Para toda a humanidade Jesus morreu na cruz, mas para si e para Deus, na intimidade, ele morreu no Jardim do Getsemani, ali na renuncia e negação de si mesmo. A vida espiritual cristã nasce da morte. A morte de Cristo possibilitou a vida para tantos quantos agora creem e se identificam com ele. Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Rm 6.3,4). Além dessa identificação com Cristo na Cruz com validade para a salvação e a santificação através da morte do corpo do pecado, também há a identificação com a vida de consagração a Deus, que é firmado na renuncia diária de nossas vontades carnais e a busca pela santidade prática e a vivencia daquilo que é a vontade de Deus em todo tempo para conosco. No capitulo doze de Romanos, o Apóstolo São Paulo esclarece isso: Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1,2). Holocausto de animais eram oferecidos a Deus sobre altares, com as vítimas já imoladas e então queimadas até se consumirem totalmente, ficando só as cinzas. Isaque prefigurava Cristo e por isso seria imolado já sobre o altar e amarrar era a forma de sujeitar-se totalmente sem oferecer qualquer possibilidade de resistência e fuga até a morte e ser consumido pelas chamas. Jesus se submeteu voluntariamente a Deus e não fugiria, mas da parte dos homens ele precisou ser pregado na cruz, mas lembremo-nos que os homens não mataram a Jesus, ele no momento certo, entregou sua vida ao inclinar a cabeça e dizer a Deus, que tudo estava consumado. O que Paulo nos mostra é que na nova vida, nós mesmos, apresentamos não a nós, mas os nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Qualquer vítima viva sobre o altar, quando a chapa esquenta, ela pula fora e escapa. Quantas promessas, votos, propósitos, palavras empenhadas você e eu já fizemos e depois pulamos fora na hora do aperto. Estar amarrado aqui, significa renunciar de vontade própria e na força do Espírito Santo permanecer consagrado, vigilante, comprometido, doa o que doer, ainda que queime, que consuma, não saia do altar, porque no fim do processo, está a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para nós. A vida de Isaque nunca mais foi a mesma, em qualquer sentido. A vida de qualquer pecado nunca mais é a mesma depois de passar pelo Calvário. A vida de qualquer cristão nunca mais será a mesma depois de consagrar-se inteiramente a Deus, oferecendo-se no altar no poder santificador do Espírito Santo. É aqui que eu digo que ser crente é uma coisa e ser cristão é outra bem diferente!.

 

Senhor Deus e Pai, autor da salvação e da nossa santificação consumados em Cristo Jesus, te adoramos e reconhecemos o poder da obra de Cristo na cruz para nossa salvação e santificação, para romper com os grilhões do pecado e nos possibilitar andar em novidade de vida e conhecer a tua vontade, a perfeita e boa vontade. Renova para conosco hoje a tua misericórdia e aceita-nos no altar da consagração integral, porque nossas vidas já são tuas, desde a nossa salvação, em nome de Jesus, amém.

 

Pr Jason

Assim Caminharam Ambos Juntos

Meditação do dia 10/12/2018

 “E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos.”  (Gn 22.8)

 Assim Caminharam ambos juntos – Isso nos remete ao livro do profeta Amós: Porventura andarão dois juntosse não estiverem de acordo?” (Am 3.3). é uma pergunta retórica; nós já sabemos a resposta, a pergunta é feita na verdade apenas para reforçar a verdade conhecida. Através do profeta Amós o Senhor fez uso de uma verdade popular, comum entre os homens para aplica-la ao relacionamento espiritual com ele. Para andar juntos é necessário estar em acordo. Acordo é resultado de conversas, negociações, propostas, sugestões até chegarem a um denominador comum. Pode até ser a comunhão de fé, como valorizamos no cristianismo, aquilo que produz unidade. Existem outras vertentes de acordos que são bons e não são frutos da comunhão, mas do propósito maior a ser alcançado se trabalhar e agir juntos. Alianças para se protegerem e evitar um mal maior. Um exército ou grupamento militar, se exercita a tal ponto de atingir uma perfeição exigida e esperada. Individualmente eles não colaborariam uns com os outros; mas como corporação, eles vão ao extremo do sacrifício. Atletas em modalidades coletivas também operam assim. Quando estamos lidando com a vida cristã e a espiritualidade, claro, se exige um grau maior de comprometimento e há razões maiores que os objetivos individuais e até coletivos, pois agradar a Deus, o Senhor, com honra e glória é o que fato faz sentido. Na comunidade de fé, além dos objetivos, existe uma força maior que liga os pontos, ou seja, a ação do Espírito Santo de Deus, que “paira sobre a face das águas.” O caos existencial ou momentâneo recebe calor e vida proveniente da fonte da vida, que é Deus mesmo. Somos atraídos e constrangidos pelo amor de Deus demonstrado em Cristo Jesus, que em resposta dedicamo-nos integralmente. O Calvário é um divisor de águas ou de vidas, como queiram; há o antes e o depois em qualquer um de nós que passou por essa experiência de identificação com Cristo e seu sacrifício na cruz. Esse cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, é o cordeiro do holocausto que Isaque estava querendo saber onde estava e seu pai lhe disse que Deus proveria para si essa vítima. Foi com base nessa revelação de que o Senhor proveria, que ambos caminharam juntos. O cordeiro, claro já estava ali, era Isaque, prefigurado e no coração de seu pai ele estava sacrificado e morto à três dias, desde o momento em que Deus assim o pediu. O coração de Isaque indagava onde está o cordeiro e o coração de Abraão indagava como será que o Senhor vai devolver-me o meu filho. Ele não tinha dúvida que Isaque voltaria, pois até dissera aos moços que assim que tivessem adorado “eles voltariam.” Mesmo quando não podemos ver, quando não podemos saber ou entender, podemos crer em Deus. Não há razão para que suas promessas se quebrem! O justo vive da fé, sempre! Caminhar com Deus precisa ser caminhar em fé, por fé, pela fé, do começo ao fim, se é que haverá fim nisso!

 

Pai, me ajuda a caminhar contigo em cada instante e aprender o quanto é precioso o que fizeste por mim, em Cristo lá na cruz. Quero conformar-me à tua imagem e estar em acordo com a tua vontade, que boa, agradável e perfeita para mim e para os teus filhos. Em nome de Jesus, amém.

 

Pr Jason

Deus Proverá Para si

Meditação do dia 09/12/2018

 “E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos.”  (Gn 22.8)

 Deus proverá para si – Estamos meditando no diálogo entre Abraão e Isaque enquanto eles subiam em direção ao monte do sacrifício, que fora revelado por Deus à Abraão. Quero ficar apenas um instante com foco na resposta do patriarca ao seu filho. Como escrevi na meditação de ontem, a pergunta de Isaque estava bem alinhada com o que entendemos ser o ideal na experiência de um adorador consciente. Agora Abraão diz ao filho que Deus proveria para si o cordeiro; observei que provavelmente, à primeira vista, se diria que Deus proveria “para mim ou nós” mas contrário, Abraão disse que proveria para si mesmo o cordeiro que eles ofereceriam em holocausto. O culto é para Deus, o significado dele é em razão do justo requerimento de Deus, onde sua justiça demanda um preço pela redenção dos pecados da raça humana. Entendamos que senão o preço de redenção, não há sentido em sacrifício de sangue. A adoração, o louvor e a glória devida à pessoa de Deus é pelo fato dele ser Deus. Ele é auto suficiente e não precisa de nada para se satisfazer ou se sentir completo ou realizado. Os sacrifícios de sangue, respondem ao apelo da justiça divina pelos pecados cometidos. Veja uma argumentação divina, via profeta de Israel: Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes? Oferece a Deus sacrifício de louvor, e paga ao Altíssimo os teus votos” (Sl 50.13,14). Os mais experientes na vida cristã, já sabem que os sacrifícios exigidos na antiga aliança, tinha uma ligação de tipificação com o sacrifício definitivo de Cristo. Somos salvos, libertos, perdoados e aceitos diante de Deus como filhos e adoradores, porque existe uma provisão suficiente para cobrir toda a demanda necessária. A humanidade como todo não tem ciência dos custos disso tudo. Os salvos sim, em parte, à medida que crescem espiritualmente e se aproximam progressivamente da imagem de Deus no seu homem interior. Isso é similar dinheiro no país, ou seja, desde crianças vemos as notas e somos ensinados que se chama dinheiro e tem valor e cada nota vale X e as moedas também; assim que vamos crescendo e aprendendo a ler e exercitar os conhecimentos matemáticos, aprendemos a lidar com “o dinheiro” e sabemos quanta coisas se pode adquirir com X quantidade de dinheiro. Grande maioria das pessoas se forem perguntadas porque as notas tem esse valor? Umas dirão que não sabem, outras chutarão uma razão, outros vão dizer que nunca pensaram nisso. E você? Claro, é o lastro, uma quantia que a união tem em depósito e garantia dos valores que circulam. Se for emitido mais moeda do que valor, elas se desvalorizam pois não há garantias suficientes para todas. Olha uma folha de cheque, a quantia a ser preenchida só tem valor se houver fundo que garanta, senão é um mero pedaço de papel. Imagina também um barco navegando com cem passageiros e só tem noventa coletes salva vidas; quem entende e se preocupa com segurança, sabe que tá faltando e na emergência, vidas serão sacrificadas; agora se tiver mais coletes que pessoas, tudo bem; e se for o dobro de coletes em relação à pessoas? Melhor ainda, anula até pensar em riscos. Espiritualmente, Jesus, o cordeiro de Deus é essa provisão que cobre a nossa conta, a nossa dívida ou nossos riscos. A provisão é abundante, suficiente, mais do suficiente. Deus proveu para si o cordeiro, de forma que a sua justiça está satisfeita com o lastro, a provisão redentora, para todos os pecadores e todos os pecados. Se todo mundo se arrepender e se converter num único instante, há provisão suficiente para salvar a todos nesse exato instante. Não haverá sobrecarga no sistema e alguém vai ficar na fila para ser salvo assim que der… Abraão sabia disso, não sei como, mas ele sabia! Não precisamos saber todos os detalhes para sermos beneficiados, basta crer.

 

Senhor, obrigado por tua abundante provisão, em Cristo Jesus, amém.

 

Pr Jason

E o Cordeiro?

Meditação do dia 08/12/2018

 “Então falou Isaque a Abraão seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?”  (Gn 22.7)

 E o cordeiro? – Não pode faltar o cordeiro para o holocausto. Ele precisa aparecer e estar presente, ainda que seja para sua própria morte. Isaque sentiu falta, percebeu que estava faltando um elemento de extrema importância e significado para aquele momento de adoração a Deus.  Tipo específico de culto e adoração que eles saíram para praticar, incluía a morte de um cordeiro. Mas onde estava? Isaque fez a pergunta certa, para a pessoa certa e no momento certo. Até aquela altura da jornada, isso não fizera falta e estava tudo bem, eles todos, sem exceção eram adoradores e estavam numa jornada de adoração especial, além dos limites habituais de suas vidas. Mas ainda que a jornada tivesse chegado ao final, para os moços, ela ainda continuaria para Abraão e Isaque, que iriam mais adiante, mas acima, para concluírem a razão de tudo até ali. Agora que já estavam à sós, e todos os elementos estavam presentes, exceto um, o mais importante de todos, era justo que Isaque perguntasse, pois agora era uma ocasião onde cabia ao pai e a ele fazer tudo da maneira certa. Ele não fez uma pergunta a esmo, sem nexo ou falando ao vento, ou consigo mesmo, por isso a pergunta era boa e dirigida a pessoa certa. Se não era ele o responsável principal pela atividade, então era seu pai, e foi a ele, que foi dirigida a interlocução. Perguntas boas, feitas na hora errada, não ajuda; perguntas boas, feitas à pessoa errada, não resolve e não esclarece. Quando se trata de culto a Deus, o Senhor, a redenção é sempre o foco principal, pois a adoração reconhece a Deus como a pessoa que ele de fato é, e por isso é adorado, mas também reconhece a condição do adorador, como alguém carente e necessitado da graça e do perdão de Deus. A reconciliação entre o homem e Deus é feito sobre a base do sacrifício de um Cordeiro vicário, isto é, que foi sacrificado em substituição ao pecado arrependido e contrito, que aceita a substituição para receber os benefícios da morte substitutiva. E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22). Isaque percebeu que sem cordeiro, não existe culto de fato, e ele não estava negando ou duvidando da existência do cordeiro, ele queria saber do pai, se o cordeiro não estava ali com eles sendo conduzido, onde ele estaria? Voce pode prestar um pouco de atenção nos atos de cultos dos nossos dias atuais e da maioria das igrejas, que se propõem serem bíblicas e os participantes serem adoradores de Deus, na categoria “em Espírito e em verdade” sobre a verdadeira presença do cordeiro? Há reuniões aos montes, com cânticos e cantorias, orações e rituais, citações da Palavra de Deus, encenações, exortações, apelos e aplicações, mas que de fato em nenhum momento o Cordeiro fez presença e também não fez falta? Ninguém nota, ninguém percebe! Culto é um ato de serviço a Deus! Só Deus pode ser cultuado, adorado e receber adoração. Em tais aglomerações, resultados são fabricados, produzidos com boa oratória e marketing. As performances e as luzes e cores, os tons e sonoridades produzem a atmosfera desejada. E o Cordeiro, onde está? Duas meias verdades podem não constituir uma verdadeira inteira; ao contrário, pode ser uma grande mentira.

Senhor Deus e Pai, a ti seja o louvor e a glória para todo sempre, por aquilo que tu és e pelo que fizeste por nós, lá no Calvário, com o sacrifício do Cordeiro que tira os pecados do mundo, especialmente os meus. Em nome de Jesus, amém.

 

Pr Jason

Conversa de Pai e Filho

Meditação do dia 07/12/2018

 “Então falou Isaque a Abraão seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?”  (Gn 22.7)

 Conversa de pai e filho – Isaque quebrou o silencio reverente que pairava entre eles, mesmo respeitando a capacidade do pai em saber o que fazer, especialmente quando se tratava de adoração e relacionamento com Deus; mas na cabeça alguma coisa ali estava faltando. Suas lembranças do início da jornada à três dias era de que iriam adorar a Deus, em um lugar diferente, que seu pai recebera de Deus; fariam um holocausto, oferecendo um animal em oferta sobre um altar que seria montado de improviso e temporário, feito somente para aquele culto. Até onde ele já conhecia dos rituais de culto, precisariam de um animal, lenha, fogo, uma faca. O motivo de trazerem a lenha de casa poderia ser deduzido que seria para evitar ter que procurar no lugar, que poderia não ter o suficiente; o fogo estava ali pois vinham fazendo uso dele na jornada, para preparar as refeições e à noite para iluminar e proteger-se. Mas, encontrar lenha em lugar desabitado era mais provável de encontrar do que um animal adequado para o sacrifício; na verdade, o que Abraão sabia, que Isaque não sabia? Foi essa a razão do filho puxar a conversa com o pai. Virando o disco, para as aplicações possíveis do dia a dia, “Meu Pai” é muito significativo para a vida devocional do adorador. Genericamente, qualquer um que admita que tudo foi criado por Deus, admite então ser chamado de filho de Deus, afinal, quem criou todas as coisas, é o pai de todas essas coisas. É por isso que circula por aí a idéia de “todo mundo é filho de Deus,” e nesses termos, sim, é verdade. Mas há o sentido de família, incluindo relacionamento, compromisso e reconhecimento dos papeis de cada um e nesse sentido, nem todos são filhos de Deus, apenas criaturas. Ser filho de Deus, é muito importante, é muito bom e faz toda a diferença. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome” (Jo 1.11,12). Aos romanos foi descrito: Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm  8.14-16). Estamos falando aqui, do tipo de experiência cristã de intimidade devocional com o Senhor, cultivada e mantida no íntimo de cada um, sempre crescente e buscando mais e mais e aproximação e a semelhança com Jesus. Ter informações sobre Deus, não é difícil, é só abrir as páginas do Google e clicar no tema. É só perguntar para as pessoas religiosas; conversar com teólogos e escritores, místicos e gurus. Ao fazer isso, se obtém tanta informação que pode até confundir; mas isso, não é conhecer a Deus! Por ler, estudar ou fazer um tratado, ou defender um credo, não dá a possibilidade de chama-lo de “Meu Pai.” Num passado não muito distante, com o ministério da língua preta, eu dizia que “melhor do que ser crente, era só mesmo ser cristão.” Hoje, percebo que só ser cristão ainda é pouco, há níveis melhores e superiores que podem ser alcançados e atingidos. Muitos conhecem a Deus: O Deus dos crentes, da minha mãe, do pastor X, da Bíblia, o de Abraão, Isaque e Jacó – mas Aba Pai, aí é para os fortes, ou os fracos? Não importa, mas a sua e a minha experiência, essa sim, importa e muito!

 

Meu Pai, Meu Deus! Só tu és Deus em cima nos céus, embaixo na terra; na igreja, na minha vida! Digno és de ser adorado em espírito e em verdade; graças, pelo acesso à sala do trono da graça, onde encontramos favor imerecido o tempo todo. Bendito seja o teu nome, o teu santo nome. Em nome de Jesus, amém.

 

Pr Jason

Andando Juntos

Meditação do dia 06/12/2018

 “E tomou Abraão a lenha do holocausto, e pô-la sobre Isaque seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos.”  (Gn 22.6)

 Andando juntos – Gosto muito dessa descrição do modo como aconteceu a caminhada final de pai e filho, em direção ao sacrifício que seria oferecido a Deus. Andar juntos é sinal de comunhão, de coparticipação, cumplicidade e companheirismo. Também andar juntos como no caso deles, precisa ser em direção a um objetivo e uma finalidade. Na vida espiritual não se anda por aí sem lenço e sem documento, como diz o poeta brasileiro. Um dos propósitos da comunhão é a construção; nos reunimos em torno de construir alguma coisa que vá além do potencial da individualidade e alcance proporção muito elevada em relação aos benefícios que pode produzir. Isaque e Abraão caminhavam em direção a uma experiência profundamente íntima de adoração e serviço, que dependia inteiramente da fé; porque o Senhor havia pedido algo à Abraão e lhe dado uma direção a ser seguida, mas sem maiores detalhes. Abraão por sua vez levou o filho a uma jornada de adoração sem lhe fornecer também pormenores, porque ele também dependia das instruções de Deus; ele tinha confiança no Altíssimo e Isaque tinha confiança no pai. Durante parte da caminhada de casa até próximo ao lugar determinado, eles tinham a companhia de pessoas de serviço e apoio, mas que não podiam ir além desse nível. A nova etapa era íntima e particular, apenas entre pai e filho e eles então seguiram juntos. Deus nunca pede ou ordena a nós seus servos que lhe façamos qualquer coisa que não seja possível e se o for dentro dos limites da nossa capacidade, Ele se encarrega de providenciar o extra. Deus não nos dá ordens impossíveis de ser cumpridas! Ele já experimentou qualquer coisa que venha sobre nós. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1 Co 10.13). Todo o que Abraão estava passando naquela experiência de levar seu filho ao sacrifício, Deus já passara por isso ao dar o seu filho, Jesus em sacrifício redentor por todos nós. O projeto inteiro de redenção tinha a companhia, a benção e a presença de Deus tanto na pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Se trouxermos essa experiência, apenas para o campo do crescimento espiritual e aplicarmos em nossa jornada de fé, também vamos nos deparar com a necessidade de andar em direção a um nível a ser alcançado, que pode ser acompanhado e ajudado por outros, alheios à nossa experiência, mas que são úteis; mas até certo ponto. Há um momento decisivo em que precisamos parar, demarcar o limite e dizer a eles, que “vocês ficam aqui até eu voltar.” Daqui para frente, só levo o essencial e será uma jornada mais íngreme e totalmente nossa. Assim como levaremos o peso e a responsabilidade sozinhos, também sozinhos receberemos os privilégios das novas revelações e os resultados finais, ainda que compartilháveis com todos e qualquer um, se tornam como uma fonte que jorra de forma inesgotável e quanto repartimos, mais aumenta e melhor vai se tornando. Outro detalhe importante, ninguém volta do mesmo modo que foi; a visão de quem subiu nunca mais é a mesma. Pode acontecer coisas lá em cima, que sempre estarão no campo da intimidade e é somente da pessoa e de Deus, pois jamais será compreendido a não ser por alguém que já esteve lá ou venha a subir e atingir tal compreensão. Você é dos que vão subir ou dos que ficam esperando a volta de quem subiu?

 

Graças, senhor por cada uma das experiências que até aqui tivemos e por nos ter trazido a esse nível, mas desejamos subir mais e experimentar novas visões e revelações. Obrigado Espírito Santo por compartilhar conosco verdades da intimidade com Deus. Louvado seja, hoje e eternamente, em nome de Jesus, amém.

 

Pr Jason

Isaque e o Madeiro

Meditação do dia 05/12/2018

 “E tomou Abraão a lenha do holocausto, e pô-la sobre Isaque seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos.”  (Gn 22.6)

 Isaque e o Madeiro – Quando olho este texto sobre a declaração de que Abraão tomou a lenha do holocausto e a pôs sobre Isaque se filho, para mim não tem como dissociar esse texto e essa verdade daquela descrita profeticamente por Isaías e também descrita durante os acontecimentos nos evangelho e depois na carta pastoral de Pedro. O profeta Isaias profetizou: Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido” (Is 53.4). Podemos ver isso literalmente acontecendo nas agruras à caminho do Calvário. E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota” (Jo 19.17). Pedro seguiu o mesmo tema que Isaias, ao dizer para os seus leitores: Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (I Pe 2.24). Figuradamente Isaque levou sobre seus ombros a lenha para um holocausto que até então ele não tinha conhecimento de que seria ele a vítima. Aquilo prefigurava a pessoa de Cristo, santo e inocente, mas recebendo judicialmente toda a culpa de crimes e pecados que certamente não eram seus, sendo sentenciado a morte por crucificação, cabendo ao condenado carregar o instrumento de sua morte. A outra figura importante que aparece na experiência de Isaque, é que foi seu Pai amado, profundamente amoroso, colocando sobre os ombros do filho aquela lenha para ele a carregar até onde ela seria utilizada para consumi-lo, numa oferta totalmente queimada (o significado de holocausto). Por mais que a nossa humanidade egocêntrica teima em reivindicar uma separação entre o amor e o sacrifício, como expressão do amor de Deus, tudo é verdade, a mais pura verdade. Por amor, por seu amor a todos nós, Deus deu seu filho para ser sacrificado, para que pudesse salvar todos os demais pelo exercício da fé na redenção oferecida por Deus. Recebemos pela graça a bênção da salvação, sem nenhum custo para nós; mas houve um preço pago por Deus na vida do seu filho e por Jesus em dar-se a si mesmo em resgate por todos. Para nós que recebemos, é de graça, mas para Deus que a disponibiliza houve um custo valiosíssimo. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Nas Palavra do Apóstolo São Paulo, Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (I Co 6.20). Compreender a experiência de Isaque à luz da redenção é muito enriquecedor para nós.

 

Obrigado, Pai amado, por oferecer alternativa para os nossos pecados que nos separavam de ti. Uma vida é por demais preciosa aos teus olhos, sendo aceito apenas o preço de outra vida, e Jesus ofereceu-se a si mesmo em resgate das nossas vidas e somos agradecidos e o reconhecemos como o nosso redentor forte, único que pode fazer isso e assim, digo de toda a nossa adoração, honra e louvor. Amém.

 

Pr Jason

Isaque Carrega a Lenha

Meditação do dia 04/12/2018

 “E tomou Abraão a lenha do holocausto, e pô-la sobre Isaque seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos.”  (Gn 22.6)

 Isaque, carrega a lenha – Ao praticar a meditação, nos tornamos observadores mais perspicazes e atentamos bem para detalhes que numa leitura casual não seria perceptível. Podemos valorizar as experiências vividas pelos personagens e tirar lições que tenham real significado para nós; do contrário, seria apenas análise gramatical ou crítica de texto. Aqui procuramos entrar na cena e nos fazer presentes ali, como se fossemos uma equipe de filmagem de um documentário, que participa mas não interfere na cena e a razão é que queremos aprender daquilo que é praticado e porque eles o faziam naqueles moldes. No Novo Testamento temos uma regra que ilumina esse conceito que defendo aqui: Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança” (Rm 15.4). Não foram apenas registros para a posteridade, há propósitos importantes e isso exige atenção e intenção ao estudar. Esclarecimentos feitos, voltemos lá para a palestina antiga e para o acampamento onde Abraão e Isaque se separam dos seus servos e seguranças, para iniciar a jornada mais íntima. Vocês e eu não devemos perder de vista o cenário macro, que já é conhecido e percebido sem esforços; como o fato de que Abraão, tipifica Deus Pai, que Isaque tipifica Cristo e a cena toda tipifica o Calvário e a ressurreição etc. Isso pode ser ilustrado como uma vista que temos de um castelo grande e bonito, lá longe, avistado da estrada. Quando saímos da estrada e entramos pela entrada particular, a cena muda completamente e detalhes menores se evidenciam e alguns deles nunca são vistos ou percebidos de longe. Há detalhes que só com lupa poderá ser admirado de fato. Quanto mais nos aproximamos, mais interessante fica e se entrarmos pelas portas, seremos agraciados com uma visão que só é possível para quem está dentro e depois vem os pormenores, as intimidades, onde só os donos acessam, outros só os servidores graduados, outros e outros…. Assim também e o efeito da meditação e da vida devocional diária. Lembra daquele texto de Salmos 25.14: O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança.” Há uma versão que diz “a intimidade do Senhor…”  Olha a cena; eles param, descarrega as cargas provavelmente de mulas, ou camelos e Abraão diz: “Daqui prá frente será só eu e o moço.” Os outros acompanhantes já acham isso estranho, fora do normal, pois o comum, seria eles irem juntos e fazer o serviço pesado e braçal e até mesmo de apoio ao seu senhor que era um ancião de quase cento e vinte anos. Também Abraão pegar a lenha ele mesmo e colocar sobre Isaque não era trivial; em outra situação ele ordenaria que um dos moços o fizesse com cuidado. Também, Isaque carregar lenha nos ombros, morro acima era inédito e quase inaceitável. Veja bem, tudo isso é a visão dos moços, ou seja, daqueles que só chegam até aqui e essa a visão deles e para quem fica nesse nível, tudo que acontece daqui para frente é incerto, inseguro, secreto e até fora de cabimento ou quem sabe, errado, exagerado. É algo que nunca foi feito, nem mesmo pelo senhor deles. Para mudar de nível, as coisas de fato parecem ser diferentes e até estranhas e o olhar de quem fica é de fato de reprovação. Mas não fomos chamados para ficar com a bagagem e esperar a volta de quem subiu mais acima no seu nível de intimidade com Deus e terá revelações novas. Somos dos que sobem um pouco mais.

 

Senhor, obrigado pelo convite a caminhar contigo. Em nome de Jesus, amém.

 

Pr Jason

Isaque, o Moço

Meditação do dia 03/12/2018

 “E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós.”  (Gn 22.5)

 Isaque, o Moço – Momentos entre pais e filhos são sempre preciosos e alguns deles se tornam inesquecíveis. Um bom relacionamento e afinidades levam a estas experiências de convivência em caminhadas, esportes, lazeres ou até mesmo em situações de viagens e trabalho. Entre tantas coisas comuns, aparecem as joias preciosos e ali se revelam as mais maravilhosas situações do relacionamento. Estou descrevendo do ponto de vista positivo, pois também há o reverso da moeda. Fatores conflitantes e destrutivos que numa situação de ficarem à sós, aparecem também as decepções e as amargas lembranças, que por mais indesejadas que sejam, e tornam inesquecíveis, até que aparece a redenção em Cristo e uma reconciliação, onde a graça divina pode operar cura e libertação. Mas aqui estamos pensando num paizão, que era Abraão e Isaque, que estava sendo preparado para uma tipo de sucessão que só aconteceria entre eles e para nós, ficara a história e as lições, o que de fato aconteceu, pois hoje, em 2018, quase seis mil anos depois ainda estamos nos alimentando e daqueles ensinamentos e bebendo na mesma fonte. Abraão disse aos moços, ou empregados/servos que estavam de companhia, que ele e o moço iriam um pouco mais adiante, que eles esperassem até a volta deles, após um tempo de adoração a Deus. Abraão operava pela fé, pois no seu coração ele estava convicto de alguma coisa iria acontecer, ainda que não soubesse como, mas ele confiava no caráter santo de Deus. Ele podia não entender, mas dava para confiar. Para Isaque  era algo novo e estava tudo bem, pois iria participar de algo maior e mais especial do que as experiências anteriores de adoração e qualquer outro sacrifício de que já participara. Seu coração estava sereno e seguro nas decisões do pai, que “sabia como proceder e era um sacerdote fiel.” Aqui estava acontecendo uma experiência de treinamento e discipulado. Ambos estavam dando passos de fé – Abraão sabia parte do que deveria fazer e mesmo que isso contrariasse o senso comum, ela ouvira a voz de Deus e não estava em dúvida de nada. Isaque estava com poucas ou nenhuma informação, exceto a de que iriam adorar a Deus e oferecer-lhe um sacrifício. A jornada havia sido longa, de três dias de caminhada, então certamente seria algo diferente e mais significativo. Até ali, eles haviam andando em companhia um do outro, mas também estavam acompanhados de outras pessoas que lhes serviam de apoio e segurança. Mas agora, a intimidade seria aumentada, os próximos passos seria apenas entre pai e filho, só os dois! Algumas bagagens ficariam com os moços, algumas coisas eles levariam e isso seria repartido entre eles. Estamos falando de saber onde e quando devem acontecer o fim de uma etapa e o início de outra; saber o que à partir de agora pode ser levado e o que deve ser deixado e também saber o que compete a cada um carregar. Paulo falou sobre uma jornada e a necessidade de desvencilhar-se de pesos que atrapalham o caminhar e até correr em direção ao alvo que está proposto. Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (I Co 9.24-27). O escritor aos hebreus também versou sobre isso: Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb 12.1,2). Isaque estava na sua jornada rumo a um conhecimento maior e um nível maior de consagração a Deus, que até então era o “Deus de Abraão;” mas ele precisa ser iniciado na sua própria jornada da vida de fé e relacionamento com Deus. Isso também deveria ser uma coisa a ser aprendida e ensinada em família, entre pai e filho. Isso faz parte das heranças e legados que se passa para as próximas gerações. Quantos de nós, de fato, tem sua morte fatia de conhecimento espiritual herdada, aprendida ou deixado como legado pelos pais? Tem problema cultural envolvido aqui, mas tem responsabilidade ministerial também. Para nós servos de Deus, os ensinamentos das Sagradas Escrituras, estão acima dos costumes e tradições da nossa cultura.

Senhor, obrigado por andar com os pais e ensina-los como ser pais melhores para que transmitam a seus filhos o testemunho dos feitos do Senhor e o poder da fé. as jornadas espirituais são cheias de significados quando se caminha com o Senhor e em direção à consagração e adoração verdadeiras. Em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

A Grande Jornada

Meditação do dia 02/12/2018

 “Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera.”  (Gn 22.3)

 A Grande Jornada – Já ouviu a expressão “Ex ante?” Eu a conheci recentemente estudando finanças e investimentos e ao tudo indica a origem dela é desse mundo do mercado financeiro, e a sua utilização é uma espécie de termo técnico, daquilo que comumente falamos: “Se eu soubesse antes…” É claro que existem muitas variações com sentido bem próximo, como a dos sertanejos que dizem que “depois da onça morta, todos dão tiros.” A verdade verdadeira, é que o futuro é sempre opaco e ninguém sabe o que está por vir. Tomamos decisões, umas boas e outras nem tanto e então dizemos, se eu soubesse antes, teria feito diferente. Mas não sabíamos, não sabemos e não saberemos. Agimos baseado no que entendemos certo o certo, o bom ou o melhor a se fazer agora e depois lidamos com os resultados e consequências. É dessa impossibilidade de ver o futuro, que primamos por ter um bom caráter, fazer boas decisões e sermos sensatos e justos em nossas ações, minimizando assim os resultados ruins ou dos quais nos arrependeremos pelo resto da vida. Mas é interessante registrar, que o que somos hoje, é na verdade a soma de tudo aquilo que vivenciamos, escolhemos, fizemos ou deixamos de fazer. A soma de todos os meus erros e acertos, desequilíbrios e pisadas na bola, me trouxeram até a realidade presente. Assim foi com Isaque e seu pai naquela experiência. Qualquer um adolescente diria, se eu soubesse que no final dessa viagem eu fosse ser sacrificado, eu teria… Imagino que se Abraão agisse como alguns cristãos, já estaria murmurando sobre tudo que acontecera na sua vida, e até dizendo que não valera a pena ganhar o filho e agora perder desse jeito; como Deus dá e depois toma? Como um Deus de amor e justiça pede a um pai para sacrificar seu filho? Tudo isso são conjecturações minhas, pessoais; O exemplo e o rastro deixado pelo patriarca, não dá margem para “pensarmos que ele pensou!” Na expressão mais próxima que temos do que seria uma definição de fé, o escritor aos Hebreus afirma: Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). Abraão era um homem de fé, sua fé era um alicerce firme, muito firme; fé e esperança sempre andam juntas, assim como dúvida e incredulidade. Isaque saiu de casa para fazer uma jornada de fé, uma experiência de adoração a Deus; foi isso que seu pai lhe dissera e seu pai era um adorador que praticava sua fé e recebia revelações de Deus; Adoração tem estreita ligação com amor e sacrifício; quanto maior a fé, maior o desejo de agradar e isso faz crescer o sacrifício, que custa, mas vale. Davi ensinou isso de uma forma que não tem maneira mais clara de dizer: Porém o rei disse a Araúna: Não, mas por preço justo to comprarei, porque não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada. Assim Davi comprou a eira e os bois por cinqüenta siclos de prata” (2 Sm 24.24). Davi entendia não se deve oferecer qualquer coisa a Deus que não tenha um custo para o adorador. Não existe promoção, pedido de desconto, pechincha quando se trata de oferecer algo a Deus. Culto que não custa nada, também não vale nada! Oferecer para Deus aquilo que não lhe custa, não tem preço significativo expressa um menosprezo pelo sagrado. Para Deus, damos sempre o melhor, a primícias, o que é valioso e precioso para nós. Olha a contrapartida de como são as dádivas divinas destinadas a nós? O que eu e você já recebemos do Senhor, que é de segunda categoria, que estava em promoção, estava sobrando, ia se perder mesmo, ou não tinha mais utilidade, então ele deu? A resposta é clara: NADA! Pode ter sido uma jornada silenciosa, contemplativa por parte do pai e quem sabe, cheia de expectativa, perguntas e curiosidades da parte de Isaque. Uma viagem longa de um ancião de cento e dezessete (?) anos, ao lado de um garoto de dezessete (?) oferece perspectivas bem diferentes para cada um. Acredito que a grande viagem para Abraão, se tornou também uma grande experiência para Isaque e a experiência dos dois se tornou mais significativa quando ambos puderam juntar as peças.

 

Senhor, que bom que tens o perfeito controle das nossas vidas e das situações ao nosso redor. Nada está fora da tua capacidade de resolver e prover o necessário e o suficiente para aqueles que creem em ti. Obrigado por nos criar sem a capacidade de ver o futuro, justamente para podermos confiar em ti e exercitar o dom da fé e da confiança nas tuas fortes mãos que dirigem tudo. Obrigado, em nome de Jesus, amém.

 

Pr Jason